– O esforço de meter o garfo na boca –
Após três dias a comer o que o empregado cozinhava, levantei-me e senti-me bem e FORTE, decidi que era um bom dia para cozinhar.
Pois bem, lá pelas 11:30 meti mãos à obra, devagarinho que ainda tinha tempo:
– cortar os legumes,
– abrir umas conservas,
– aquecer a água,
– juntar o cuscuz…
e lá vai tudo misturado que é verão e come-se em modo de salada fria.
O tempo está quente, um sol maravilhoso e lá decido que podemos comer na varanda. Puxo a mesa para o meio, trago pratos, talheres e copos. Peço ao anterior empregado se me pode trazer as cadeiras da mesa de jantar, ele responde que sim, mas acaba trancado na casa de banho.
Cheia de fome como estou sempre, quase que diria que EU SOU CHEIA DE FOME! Não atrasei mais a coisa e carreguei as duas cadeiras, duas idas e duas voltas, pelos magníficos 15 metros (se tanto) que separam a sala de jantar da varanda.
A minha ex-cozinheira, perdão empregado lá sai do seu trono (dito WC) e vamos então comer.
Sento-me!
Respiro fundo!
Garfo cheio!
Comida na boca!
E começo a mastigar….
Sinto uma certa dificuldade em respirar – mesmo falta de ar.
Os braços,
a cabeça,
o corpo todo fica pesado.
Tento meter outra garfada à boca…
O empregado pergunta:
– Sentes-te bem?
Pouso o garfo, respiro fundo e admito:
– Tenho tanta fome, mas estou demasiado cansada para comer.
Levanto-me com esforço e caminho para a cama. Dormi metade da tarde.
E foi um dos dias de Covid!
E quanto 1 garfo parece pesar mais do que uma caixa cheia de livros, pousas o garfo e não comes mais!!
(O promenor do dedinho no ar e da unha a descolar… só para o caso de estar a passar despercebido ahahah)